O MODELO Hipátia

Referência

(Foto: Reprodução/A. Seifert/Wikimedia Commons)

Hipátia foi uma matemática e filósofa que viveu em Alexandria entre séculos  IV e V. Devido ao seu importante e conflituoso papel na definição de novos paradigmas da época, teve seu legado apagado dos registros históricos, onde sua história só pode ser contada graças ao trabalho arquivístico que envolve a guarda e recuperação de suas obras.

Este projeto carrega seu nome com ênfase na importância de mostrar como o Repositório Digital Confiável é importante na preservação institucional.

O que é o Modelo Hipátia?

O modelo Hipátia teve seu início em 2018 como parte do projeto de integração do Diário de Justiça Eletrônico – DJe, uma parceria entre o TJDFT e o Ibict  que previa o repasse de conhecimento e tecnologia para viabilizar a implantação de um om o Repositório Arquivístico Digital Confiável – RDC – Arq no Judiciário local.

A ideia era que fosse criada uma camada de barramento tecnológico interoperável para garantir a segurança e o acesso aos documentos digitais do TJDFT, minimizando vulnerabilidades e possibilidades de eventuais ataques cibernéticos, que poderiam colocar em risco a integridade de seus dados. A finalidade principal do barramento era automatizar o processo de preservação de objetos digitais.

Com o avanço da pesquisa, o Hipátia incorporar outros aspectos que contemplavam a preservação digital arquivística, passado a ser concebido como a proposta do IBICT para a estruturação de Repositórios Arquivísticos Digitais Confiáveis. Com essa nova perspectiva,  passou a compor diversos projetos de pesquisa, sendo um Modelo capaz de se adaptar a qualquer sistema que faça gestão de processos e objetos digitais.

Repositórios digitais confiáveis

 

Um repositório digital confiável é um repositório digital que é capaz de manter autênticos os materiais digitais, de preservá-los e prover acesso a eles pelo tempo necessário. Para cumprir essa missão, segundo o relatório “Trusted Digital Repositories: attributes and responsibilities” (RLG/OCLC, 2002), os repositórios digitais confiáveis devem:

  • aceitar, em nome de seus depositantes, a responsabilidade pela manutenção dos materiais
    digitais;
  • dispor de uma estrutura organizacional que apoie não somente a viabilidade de longo prazo
    dos próprios repositórios, mas também a dos materiais digitais sob sua responsabilidade;
    demonstrar sustentabilidade econômica e transparência administrativa;
  • projetar seus sistemas de acordo com convenções e padrões comumente aceitos, no sentido
    de assegurar, de forma contínua, a gestão, o acesso e a segurança dos materiais depositados;
    estabelecer metodologias para avaliação dos sistemas que considerem as expectativas de
    confiabilidade esperadas pela comunidade;
  • considerar, para desempenhar suas responsabilidades de longo prazo, os depositários e os usuários de forma aberta e explícita;
  • dispor de políticas, de práticas e de desempenho que possam ser auditáveis e mensuráveis; e
  • observar os seguintes fatores relativos às responsabilidades organizacionais e de curadoria dos repositórios: escopo dos materiais depositados, gerenciamento do ciclo de vida e preservação, atuação junto a uma ampla gama de parceiros, questões legais relacionadas com a propriedade dos materiais armazenados e implicações financeiras.
 

Hipátia como modelo RDC-ARQ